20 junho 2017

O CONTROLE DO CYBER CRIME



A Polícia Civil do Distrito Federal promoveu no dia 18 de maio de 2017 a solenidade de apresentação da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC). Tal medida supre uma deficiência agravada em 2012 pela desastrosa decisão de extinguir a Divisão de Crimes de Alta Tecnologia (DICAT) criada em 2001.
A DICAT em 11 anos de atividade prestava assessoramento a todas as investigações de crimes que envolviam o uso de alta tecnologia, agindo em ações repressivas e de inteligência policial no "universo virtual". Contava com profissionais certificados na área, altamente especializados em monitoramento de fontes abertas, bem como desenvolviam atividades sistemáticas de acompanhamento de atividades ilícitas em redes sociais.
Durante o evento foi ressaltado que os crimes cibernéticos terão uma investigação própria e minuciosa, conduzida por profissionais qualificados e que a polícia sabe que a cada dia o crime se apresenta de uma forma sofisticada e a Internet é uma ferramenta potencial muito grande para os criminosos.
Na atual conjuntura social os criminosos atualizam continuamente suas técnicas para incorporar as mais recentes tecnologias emergentes em seu modus operandi. Eles estão construindo seus próprios sistemas criptografados de comunicação, sem considerar o uso de artimanhas que estão sempre à frente do controle repressivo.
Embora os profissionais de segurança pública estejam bastante sobrecarregados com a criminalidade tradicional, a maioria deles, mais cedo ou mais tarde se depara com ações criminosas com uso de tecnologias sofisticadas e que avançam exponencialmente e que logo surgirão como uma avalanche de ameaças capazes de desestabilizar a segurança.
Cabe destacar que a Federal Bureau of Investigation (FBI) por meio de sua Divisão Cyber nos EUA é o órgão responsável para investigar ataques cibernéticos por criminosos, adversários no exterior e terroristas. A ameaça é incrivelmente séria e cresce. As invasões cibernéticas estão se tornando mais comuns, mais perigosas e mais sofisticadas. A infra-estrutura crítica do país, incluindo redes privadas e de setor público, é alvo de adversários. As empresas americanas são alvo de segredos comerciais e outros dados corporativos sensíveis e universidades para sua pesquisa e desenvolvimento de ponta. Os cidadãos são alvo de fraudadores e ladrões de identidade, e as crianças são alvo de predadores online. Assim como o FBI se transformou para enfrentar melhor a ameaça terrorista após os ataques de 11 de setembro, está empreendendo uma transformação semelhante para enfrentar a ameaça cibernética em expansão e em evolução. Isso significa melhorar a capacidade de investigação da Divisão Cyber para enfocar seu foco em intrusões em redes públicas e privadas de computadores[1].
As tradicionais barreiras transnacionais para o crime enfrentadas pelas gerações anteriores de assaltantes, estelionatários e bandidos foram demolidas no mundo online, permitindo que esses indivíduos entrem e saiam livremente de qualquer localização virtual. Considere as implicações disso para nossa segurança.
União Internacional de Telecomunicações no EUA relata que em 2000 havia 360 milhões de pessoas online e logo em 2005 a comunidade global na internet saltava para cerca de 1 bilhão de usuários. Apenas seis anos depois, em 2011, chegamos ao marco de 2 bilhões de usuários.
De acordo com Marc Goodmam (2015) uma coisa está bem evidente: o poder da tecnologia e dos computadores está crescendo de forma exponencial, e nossa capacidade de compreender a rede global de informação, mapear e monitorar suas vastas interconexões está diminuindo.  



[1] Disponível em: https://www.fbi.gov/investigate/cyber. Acesso em 20/06/2017.